terça-feira, 30 de julho de 2013

FILOSOFIA: Deepak Chopra (Índia / 1946-hoje)

"O ego toma tudo pessoalmente, o que acaba sendo um grande obstáculo; a experiência está acontecendo para "mim". O budismo dispende muito tempo tentando dissipar a ideia de que este "mim" tenha algum direito de reivindicar a experiência. Em vez disso, dizem os budistas, a experiência se desenrola por si própria, e você, como experimentador, é sempre um canal. Dessa forma produzimos formulações do tipo "o pensamento é o pensamento em si". Pode ser desconcertante desenredar as complexidades de uma afirmação tão simples como "ser é", ou "o dançarino é a dança". Ainda assim, o ponto essencial é pratico: quanto menos você tomar a sua vida pessoalmente, maior a facilidade com que ela fluirá através de você. Aguardar com tranqüilidade funciona. Aguardar com ansiedade não funciona. Nem tampouco assumindo que cada experiência o eleva ou derruba. O fluxo da vida não seleciona em colunas de mais ou menos. Tudo tem seu próprio valor intrínseco, medido em energia, criatividade, inteligência e amor. Para encontrar esses valores, a pessoa deve parar de inquirir "que bem isso pode me fazer?". Em vez disso, você atesta o que acontece, deslumbrando-se com tudo."


Deepak Chopra

sexta-feira, 26 de julho de 2013

LITERATURA: Isabel Allende (Peru/Chile / 1942-hoje)

"No que se refere à alimentação e à sexualidade, a natureza exige um mínimo, bastante simples, destinado à preservação do indivíduo e da espécie; o resto são ornamentos ou subterfúgios que inventamos para festejar a vida. A imaginação é um demônio persistente, e sem ela o mundo seria branco e preto, viveríamos em um paraíso de militares, fundamentalistas e burocratas, em que a energia hoje investida na boa mesa e no bom amor seria destinada a outros fins, como matar uns aos outros com maior disciplina. Se nos alimentássemos apenas de frutas silvestres e copulássemos com a inocência dos coelhos, pouparíamos muita literatura sobre esses temas, milhares de arvores escapariam da fatalidade de se transformarem em polpa e os sete pecados capitais não incluiriam a luxuria e a gula, e com isso aumentaria significativamente o número de almas no Paraíso. Mas a natureza nos dotou - ou nos maldisse - de um cérebro insaciável, capaz de imaginar não só todo tipo de comidas maravilhosas e variantes amorosas, como também as culpas e castigos correspondentes."


Isabel Allende