terça-feira, 31 de dezembro de 2013

LITERATUA E SOCIOLOGIA: Alvin Toffler (Estados Unidos / 1928 - Hoje)

“Portanto, somos nós, aqui, a ter a responsabilidade da mudança. Devemos começar por nós mesmos, aprendendo a não rejeitar antecipadamente o novo, o surpreendente, aquilo que parece ser radical. Isto significa afastar os destruidores de ideias, que apressadamente reprovam qualquer proposta nova como irracional. Eles defendem tudo aquilo que já existe como racional, independente de quanto possa ser absurdo ou superado. Isto significa lutar pela liberdade de expressão e pelo direito de manisfestar as próprias ideias, mesmo quando heréticas, e isto significa iniciar já este processo de reconstrução, antes que a ulterior degradação dos sistemas políticos faça retornar  nas praças o totalitarismo, tornando impossível uma transição pacífica rumo à democracia do século XXI. Se começarmos agora, nós e nossos filhos poderemos participar da reconstrução não somente das nossas obsoletas estruturas políticas, mas da nossa própria civilização. Como a geração de revolucionários do passado, nós temos um destino a criar.”


Alvin Toffler


segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

LITERATURA: Vinicius de Moraes (Brasil / 1913 - 1980)

"Sim, teve medo. E quem, em seu lugar, não o teria? Ele não nascera para morrer assim, para morrer antes de sua própria morte. Nascera para a vida e suas dádivas mais ardentes, num mundo de poesia e música, configurado na face da mulher, na face do amigo e na face do povo. Se tivesse tido tempo de correr pela campina, seu corpo de poeta-pássaro ter-se-ia certamente libertado das contingências físicas e alçado voo para os espaços além; pois tal era sua ânsia de viver para poder cantar, cada vez mais longe e cada vez melhor, o amor, o grande amor que era nele sentimento de permanência e sensação de eternidade."


Vinicius de Moraes



domingo, 29 de dezembro de 2013

LITERATURA: Umberto Eco (Itália / 1932 - Hoje)

"Que gosto tem viver uma história se depois não se pode, não digo contar para os amigos, mas saboreá-la de novo nas noites de tempestade, encolhido sob os cobertores?"

"O belo de ter amado está em recordar que amou."

"Nada poderá tirar-me da mente que este mundo é fruto de um deus tenebroso cuja sombra eu prolongo."

"No sangue, que tem difusões de chama em tuas faces, o cosmos cria seus risos."


Umberto Eco

sábado, 28 de dezembro de 2013

ENSAIOS PESSOAIS: Tempo é luxo

O tempo é o novo luxo. Se a vida é nosso ativo mais preciso, sentir o pulso, quem sou, o ser que desenrola em minha essência é a veia principal. É desta máxima que deriva meu encantamento com tudo que vejo, com o mundo desvelando pela fenda no espaço-tempo que desfruto. Nada há então mais lindo e importante, nada mais verdadeiro e coerente do que embriagar-me dos sentidos e ser-me em tudo que faço, enquanto dura minha breve caminhada.


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

ENSAIOS PESSOAIS: Gratidão

Tenho sentido-me tão romântico. Isso, vejo o mundo com essa aura, uma mistura de foco e desfoco que deixa tudo sutil. Parece que deslizo a ponta dos dedos na superfície da Terra, em tudo que a humanidade criou, em toda a arte e conhecimento, de forma muito delicada. Sinto fazer amor com a existência, como percorrer a pele da amante durante o sexo, com poesia.

Esse sentimento vem a mim com certo apetite, quero-o sempre mais, muito mais. Desejo ver tudo sob esta ótica, estar encantado pelas pessoas, por suas vidas desenrolando-se em frente aos olhos meus. E que eu sinta sempre com tudo que sou, profunda e suavemente, intenso e apaixonado.

A vida tornou-se um exercício de paciência. É bela demais. Generosa demais comigo. Tem colocado-me frente a situações deslumbrantes, entro em um êxtase espiritual corriqueiramente, corre entusiasmo infinito pelas veias. Não imaginava algo semelhante quando era mais jovem. Ao deixar-me levar e invadir por tal sentimento, tudo cria  velocidade diferente e proporção surreal, sinto distorcer espaço e tempo através de quem sou, uma fenda por onde enxergo algo nunca visto, crio minha própria realidade.


LITERATURA: William Shakespeare (Inglaterra / 1564-1616)

"Não tenho razão alguma para duelar com Cupido; ele não respeita estocadas, e as regras do duelo... ele nem mesmo as leva em consideração. O que o desgraça é ser chamado de 'menino', mas sua glória está em subjugar os homens. Adeus, coragem; pode enferrujar meu florete; quieto, tambor, que o seu dono está amando. Ajudai-me, algum deus dos versos extemporâneos: acho que vou criar um poema de amor. Concebe, cérebro; escreve, pena; estou a ponto de produzir soneto em cima de soneto."

"Nele, os olhos criam a deixa para o espírito brilhar, pois o olho vê o objeto, e o humor transforma-o em assunto de brincadeira que, em sua bela língua, clarim de sua inteligência, traduz-se em palavras tão hábeis e tão elegantes que os ouvidos de mais idade deixam de lado a sisudez para ouvir suas histórias, e os ouvidos mais novinhos deixam-se arrebatar por completo, pois é muito docemente que flui o discurso desse homem."



William Shakespeare


"E eu aqui, um mais-que-apaixonado bobalhão. Logo eu, que tanto chicoteei o Cupido; eu, o guarda sempre pronto a deter um suspiro de amor; um censor;   ...E eu a suspirar por ela, perdendo o meu sono por ela, rezando por ela! Que inferno! É uma praga que Cupido me impõe por haver menosprezado o seu todo-poderoso pavoroso pequeno poder. Pois bem, eu vou amar, escrever poesia, escrever bilhetinhos, suspirar, rezar, cortejar, gemer. Alguns homens amam a sua adorável dama, enquanto outros se contentam com qualquer Joana."

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

ENSAIOS PESSOAIS: Grandiosidade da obra

Acabo de ler "O Grande Gatsby", romance escrito em 1925 de autoria do americano F. Scott. Fitzgerald, posicionado entre os clássicos da literatura contemporânea. Agrada-me bastante a linguagem e muitas descrições, o tom lúdico e subjetivo com que trata diversos assuntos e também a psique de seus personagens, bem como seus dramas e estruturas dentro no conto.

Entretanto, com tamanho talento narrativo, senti falta de algo mais, de um propósito. Algumas observações e trechos levaram-me a refletir sobre os valores da emergente riqueza americana, e, consequentemente, da nossa, que somos subproduto da cultura dos EUA. Achei ótimo! Apesar de a trama ser bem sustentada e justificada, é como se o livro não tivesse alma. Os personagens são sempre movidos por um impulso aparentemente impuro. Ao findar o livro, era como se todos fossem vazios.


F. Scott Fitzgerald


Parece-me que dentre todos os atos praticados no livro, nenhum deles tenha sido feito verdadeiramente por amor. Amor pelo simples sentimento de desejar algo puro. Tive a sensação de que os impulsos e movimentos dos personagens foram motivados sempre por uma busca egocêntrica, tentar possuir algo. Possuir poder, possuir reconhecimento, possuir uma ou duas mulheres, possuir o amor.

Pus-me a pensar em alguma grande obra que houvesse inspirado-me e onde o personagem principal existisse para vivenciar o amor em sua essência, motivado pela grandiosidade de um nobre e grande feito, não para si apenas, mas para a humanidade, ou para alguém.

Lembrei de um filme belíssimo e atual, que me emociona sempre. Não consigo assisti-lo sem me desmanchar completamente. Lembro de vê-lo pela quinta ou sexta vez em companhia de minha prima e de meu pai (o cara durão), este segurou-se para não chorar, enquanto eu e ela (minha amada e heróica Martina Kunzler) ficamos em acabados. O filme é "Sete Vidas" (Seven Pounds), com Will Smith.


FILME: Sete Vidas, com Will Smith


Não quero fazer comparações entre as obras, até porque "comparações são odiosas". O fato é que no filme o personagem tem uma causa maior que a sua própria, e usa todo o seu talento, sensibilidade e perspicácia (divinamente abundantes em seu caráter), em prol de um ato nobilíssimo. Fico completamente arrepiado ao lembrar as cenas e olhares, pois para mim representam muito.

O livro não é ruim, gostei de ler, é agradável. Mas o fiz a espera de redenção, de um ato maior. Ato que o filme representa com plenitude. Que venham à mim mais obras plenas e temas que possam iluminar meu espírito. Continuo na busca.

LITERATURA: F. Scott Fitzgerald (Estados Unidos / 1896 - 1940)

"Sorriu compreensivamente — muito mais do que compreensivamente. Era um desses sorrisos que tem em si algo de segurança eterna, um desses sorrisos com que a gente talvez depare quatro ou cinco vezes na vida. Um sorriso que, por um momento, encarava - ou parecia encarar - todo o mundo eterno, e que depois se concentrava 'na gente' com irresistível expressão de parcialidade a nosso favor"


F. Scott Fitzgerald

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

LITERATURA: Clarice Lispector (Brasil / 1920 - 1977)

Sinto profundamente inspirado pela grande literatura. Incita uma leitura profunda da minha realidade quando a ela retorno. O mundo cria outra dimensão, mais sensível e diversa.

"Não, nem todo o tipo de lucidez é frieza."

"Não fui ao enterro. Porque nem todos morrem."


Clarice Lispector

ENSAIOS PESSOAIS: Sobre Amor e Sexo

Sexo é foda. Não sei ao certo se li em algum lugar essa frase, mas ela martela minha cabeça. É tudo muito complicado, as pessoas volta e meia não se entendem, os casais brigam e até às vezes fazem as pazes na cama. Porque sexo é foda demais!

"Você tem que casar com uma mulher que seja sua amiga, sua parceira", me disse um sábio amigo. Claro. Mas de preferência que ela seja muito boa de cama. Vejo alguns jovens amigos abdicando de uma vida sexual plena, aquela satisfatória, aquela vida sexual foda, e dedicarem-se a um relacionamento bonito, meigo, doce, e morno.

Vejo relacionamentos onde o casal fecha o pau direto. Fecha o tempo mesmo e parece que a porrada vai comer. Mas tem uma coisa muito forte segurando a relação. Preciso dizer? Não. É ali que a coisa flui, é ali que funciona o bagulho, na tchaca tchaca, compreende? Nestes casos, o casal esquece de que é feita uma relação harmônica entre dois seres humanos, o que importa é o Grand Finale, um orgasmo inigualável, incompreensível, nunca imaginado, mas sim, descoberto.

O que nós queremos? Simples: alguém que nos leve aos céus no amor e no sexo. Porque amor sem sexo bom é amizade. E sexo sem amizade é loucura, é bom, e ao mesmo tempo insano.

É querer demais que alguém encaixe perfeitamente em nós? Alguém que olhe de forma doce e sinta quem somos, que conheça nossas manias e até goste delas (talvez seja demais).Que conheça carinhos e palavras belas, uma pessoa generosa e sincera. Que com os olhos penetre em nosso ser e atravesse a carne comunicando sem pronunciar palavras: "Vou matar você de tesão".

E que reine sobre nosso corpo soberana, essa pessoa. Que não tenha apenas pensamentos e intenções vorazes, mas também mãos ágeis para satisfazer com perícia todos estes desejos de carne alucinada. Como uma receita da qual não nos fartamos nunca, apenas desejamos mais.