sexta-feira, 15 de abril de 2011

FILOSOFIA: Confucionismo (China / aprox. 500 A.C.)

As idéias de um monge chinês, popularmente conhecido como Confúcio, deram origem há muito tempo à uma escola de conduta chamada Confucionismo. Resumindo rapidamente, eram normas de conduta que se estudadas e levadas como forma de encarar a vida, ajudavam a iluminar as pessoas e entender melhor toda a experiência de vida, entre as pessoas, consigo e para com a sociedade e natureza.

Dentre uma das passagens do Confucionismo, esta muito me agrada. Como é bom quando alguém consegue expressar com riqueza através de palavras e sentimentos algo que ainda é apenas uma pequena fagulha dentro de nós!

"O povo antigo, que aspirava à clara harmonia moral do mundo, punha primeiro em ordem a sua vida nacional; os que desejavam ordenar sua vida nacional regulavam primeiro sua vida familiar; os que desejavam regular sua vida familiar cultivavam suas vidas pessoais; os que desejavam cultivar suas vidas pessoais arranjavam primeiro seus corações; os que desejavam consertar seus corações tornavam primeiro sincera a sua vontade; os que desejavam tornar sincera a sua vontade chegavam primeiro a compreensão; a compreensão provém da exploração do conhecimento das coisas. Quando se alcança o conhecimento das coisas, atinge-se a compreensão;  quando se atinge a compreensão, a vontade é sincera, o coração se concerta; quando o coração se concerta, cultiva-se a vida pessoal; quando se cultiva a vida pessoal, regula-se a vida familiar; quando se regula a vida familiar, a vida nacional é ordenada; quando a vida nacional é ordenada, o mundo está em paz. Desde o imperador até o homem comum, o cultivo da vida pessoal é a base de tudo. É impossível que, quando o alicerce não esteja firme, se ache firme a superestrutura. Nunca houve uma árvore de tronco fino cujo os galhos fossem pesados e fortes. Há uma causa e uma conseqüência nas coisas, e um começo e um fim nos assuntos humanos. Conhecer a ordem de precedência é possuir o começo da sabedoria".

E logo tudo se faz tão claro quando vemos que os grossos e vigorosos galhos do congresso nacional e todos os órgãos reguladores, os quais deveriam modelar nossa vida social estão apoiados sobre o frágil e raquítico caráter de políticos pobres de alma. Com suas vidas extremamente mal resolvidas, pouco sábios, que quiçá tem a experiência da sabedoria das coisas. Gente que deveria voltar para a escola, a escola que deveria ter o Confucionismo como preceito básico.



Símbolo do Confucionismo

quinta-feira, 7 de abril de 2011

FILOSOFIA: Lin Yutang (China / 1895-1976)

Quanta felicidade me trouxe a indicação do livro "A Importância de Viver". Veio do Vietnam, de onde a Emilie de Lassus viu este blog e começamos uma correspondência a respeito dos valores, cultura e da sociedade atual, com sua velocidade e peculiaridades. O interesse de ambos em filosofia estreitou nossa amizade virtual e ela indicou-me Lin Yutang, que proveitosa dica!


Lin Yutang, é chinês e estudou filosofia pelo mundo. Conseguiu com maestria fazer belas e poéticas críticas ao pensamento de várias culturas milenares. Sua perspicácia é brilhante!


Em uma das passagens do livro que muito me agradaram, destaco este parágrafo que para mim soa como ode espiritualizante, deixando clara a importância de valorizarmos a vida a cada segundo:


"Às vezes penso que terrível castigo para um anjo ou espectro seria não ter corpo, olhar um arroio de água fresca e não ter pés que submergir ali para gozar a deliciosa sensação de frialidade, ver um prato de pato de Pequim ou de Long Island e não ter língua para saboreá-lo, ver uns bolinhos e não ter dentes para comê-los, ver as amadas faces daqueles  a quem queremos e não ter emoções a sentir perante eles. Terrivelmente triste seria que um belo dia voltássemos a este mundo como espectros e silenciosamente nos dirigíssemos ao dormitório de nossos filhos: ver um menino deitado na sua pequena cama e não ter mãos para acariciá-lo nem braços para abraçá-lo, nem peito para que nele penetre o seu calor, nem ter o côncavo entre o queixo e o ombro, onde ele aninhe a sua cabecinha, nem ter ouvidos para ouvir sua voz..."



Lin Yutang