sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

LITERATURA: Carl Sagan (EUA / 1934-1996)

"Algumas mulheres, ao que parecia, eram inteiramente destituídas de malícia e concediam seus afetos sem um único instante de reflexão consciente. Outras se dispunham de uma campanha de precisão militar, prevendo situações de emergência e posições de recuo, com o único intuito de 'fisgar' um homem desejável. A palavra desejável revelava tudo. O pobre coitado na verdade não era desejado, apenas 'desejável' - um plausível objeto de interesse na opinião de tais moças, que armavam toda essa deplorável charada. A maioria das mulheres, refletia, colocava-se num meio-termo, buscando conciliar suas paixões com aquilo que acreditavam ser sua conveniência a longo prazo. Talvez houvesse comunicações entre o amor e o egoísmo que escapassem à observação do consciente. No entanto, a simples idéia de uma captura calculada a fazia estremecer. Nesse assunto, concluiu, ela se colocava ao lado da espontaneidade." (Carl Sagan - no romance "Contato")



Carl Sagan

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