Há meses escuto "Science of Fear", música da banda australiana The Temper Trap. Arrisco dizer que é uma das composições com maior simbologia entranhada em seus versos, mas isto deve-se bastante à minha interpretação pessoal, pois como o conteúdo pode ser lido de forma subjetiva, um outro intérprete pode ter uma diferente percepção. Dias se passaram desde que pretendo escrever este ensaio.
Vídeo da música no You Tube:
http://www.youtube.com/watch?v=m1vkXxn65ec
breaks on / breaks on
the car is running empty
breaks on breaks on
the car is running empty
downhill / head on
this crash is coming slowly
downhill / head on
this crash is coming slowly move
or watch the slow death of your way of life
Para mim, fica perfeitamente claro que na última sentença do primeiro verso o carro somos nós, as pessoas vivendo em uma sociedade doente, bebendo e fumando em excesso, se agredindo, acreditando em mentiras impostas por imperialistas, indústrias culturais podres, empresas farmacêuticas gananciosas, petrolíferas, alimentos contaminados. Breaks on, porque o carro não tem controle, the car is running empty, ladeira abaixo e à frente na velocidade máxima. This crash is coming move... É para reavaliarmos o rumo do mundo, pois ele está prestes a entrar em colapso, nosso corpo, nossas atitudes. Se não nos movermos, ficaremos olhando nosso estilo de vida que está levando à morte. Um meio de vida assassino.
there's a science to fear
it plagues my mind
and it keeps us right here
and it keeps us here
É a ciência do medo, que nos trouxe até aqui, até este ponto, onde o carro voa para a morte, sem ninguém ao volante, pois a mente foi lavada, não pensamos, não agimos, apenas aceitamos as imposições. A ciência do medo nos paralisou e nos trouxe até aqui, eu e você agora, onde ouvimos esta mensagem.
my ears / my eyes
my brain is slowly busting
black smoke / red sky
the television's saying downhill
head on another crash is coming move
or watch the murder of you way of life
Meus olhos, ouvidos e cérebro pifaram, soltam fumaça preta, enquanto o céu está vermelho, contaminado de poluição. E a televisão incentiva, dizendo "é isso ai acelera", sem ninguém ao volante, pois já condicionamos você a ser assim. E vem a colisão, ou você pode olhar para o seu estilo de vida destrutivo, que parasita nossas mentes.
there's a science to fear
it plagues my mind
and it keeps us right here
and the less we know
the more we sit still
my baby's stuck on a road
that lead to nowhere
nowhere, nowhere.
É a ciência do medo, paralizando e contaminando nosso cérebro, e nos deixa trancados aqui, presos, estagnados. And the less we know, quanto menos buscamos conhecimento, quando menos procuramos saber os fatores a que estamos sujeitos, fatores cósmicos, científicos, espirituais, de saúde, nervosos, pessoais, psicológicos e tudo que há para ser aprendido e compartilhado, então ficamos aqui, na mesma, sem evoluir. My baby stuck on a road, aqui ele faz um apelo, para alguém que ama e que não pode compreender tudo isso, que não buscou o conhecimento. Alguém que poderia ter evitado a colisão, o colapso social ou pessoal a que estamos sujeitos, mas isso não aconteceu, baby ficou preso na estrada que leva a lugar nenhum - it leads to nowhere.
Há um interlúdio instrumental onde os músicos exteriorizam toda energia e importância da mensagem, em bateria, baixo, guitarra para repetir o verso. Nas imagens do clipe fica evidente a simbologia, pois o planeta tem cores surreais, é um território apocalíptico, enquanto nas colisões os corpos dos integrantes do The Temper Trap são arremessados em meio aos cacos de vidro. Ao final, o Sol - ou uma outra estrela - engole a Terra, resumindo a destruição da vida terrestre, que foi patrocinada pela ganância humana e a falta de compaixão pela Natureza e seus semelhantes.
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