O
empobrecimento espiritual e a perda da diversidade cultural por efeito do uso
excessivo de computadores é especialmente sério no campo da educação. Como Neil
Postman comentou de maneira sucinta: “Quando um computador é utilizado para
aprendizagem, o significado de ‘aprendizagem’ muda.” O uso de computadores na educação é, com
freqüência, saudado como uma revolução que transformará todas as facetas do
processo educacional. Essa visão é vigorosamente promovida pela poderosa
indústria de computadores, que encoraja os professores a utilizarem computadores como ferramentas educacionais em
todos os níveis – até mesmo no jardim-de-infância e no período pré-escolar! –
sem sequer mencionar os muitos efeitos nocivos que podem resultar dessas
práticas irresponsáveis.
O
uso de computadores nas escolas baseia-se na visão, hoje obsoleta, dos seres
humanos como processadores de informações, o que reforça continuamente
concepções mecanicistas errôneas sobre o pensamento, enquanto que, na realidade, a mente humana pensa com idéias
e não com informações. Como Theodore Roszak mostra detalhadamente em The Cult
of Information, as informações não criam idéias; as idéias criam informações.
Idéias são padrões integrativos que não derivam da informação, mas sim, da
experiência.
(trecho de conclusão da segunda parte do livro A TEIA DA VIDA)
Fritjof Capra