"Não tenho razão alguma para
duelar com Cupido; ele não respeita estocadas, e as regras do duelo... ele nem
mesmo as leva em consideração. O que o desgraça é ser chamado de 'menino', mas
sua glória está em subjugar os homens. Adeus, coragem; pode enferrujar meu
florete; quieto, tambor, que o seu dono está amando. Ajudai-me, algum deus dos
versos extemporâneos: acho que vou criar um poema de amor. Concebe, cérebro;
escreve, pena; estou a ponto de produzir soneto em cima de soneto."
"Nele, os olhos criam a deixa
para o espírito brilhar, pois o olho vê o objeto, e o humor transforma-o em
assunto de brincadeira que, em sua bela língua, clarim de sua inteligência,
traduz-se em palavras tão hábeis e tão elegantes que os ouvidos de mais idade
deixam de lado a sisudez para ouvir suas histórias, e os ouvidos mais novinhos
deixam-se arrebatar por completo, pois é muito docemente que flui o discurso
desse homem."
William Shakespeare
"E eu aqui, um
mais-que-apaixonado bobalhão. Logo eu, que tanto chicoteei o Cupido; eu, o
guarda sempre pronto a deter um suspiro de amor; um censor; ...E eu a suspirar por ela, perdendo
o meu sono por ela, rezando por ela! Que inferno! É uma praga que Cupido me
impõe por haver menosprezado o seu todo-poderoso pavoroso pequeno poder. Pois
bem, eu vou amar, escrever poesia, escrever bilhetinhos, suspirar, rezar,
cortejar, gemer. Alguns homens amam a sua adorável dama, enquanto outros se
contentam com qualquer Joana."
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